23 famílias deixam prédio por risco de desabamento
19/05/2009
A Defesa Civil de Palhoça (SC), cidade localizada na região metropolitana de Florianópolis, interditou nesta segunda-feira um prédio localizado dentro de um condomínio, depois que rachaduras foram constatadas em sua estrutura. Vinte e três famílias, que precisaram deixar suas casas ainda na noite de domingo, não poderão retornar até que novas vistorias sejam realizadas.
Paredes e pisos apresentaram rachaduras e os moradores chegaram a relatar a ocorrência de um forte estrondo durante a tarde. O condomínio Ilha da Madeira, construído há oito anos, conta com nove blocos onde residem mais de 200 famílias.
O diretor da Defesa Civil da cidade de Palhoça, Nelson Paiva Júnior, confirmou o risco de desabamento do prédio e destacou que não há prazo definido para que as 23 famílias possam retornar aos seus apartamentos.
Laudo previsto para sair hoje (19)
O engenheiro estrutural Ronaldo Coutinho de Azevedo, contratado pela Sanford Tecnologia em Construções para fazer o laudo, afirmou que o prédio não corre risco de desabar.
Ontem pela manhã, dois engenheiros foram até o condomínio. O engenheiro voluntário da Defesa Civil de Palhoça, Eden Schneider, não abre mão da interdição do bloco.
Logo após, o engenheiro contratado pela construtora Sanford, Ronaldo de Azevedo, fez mais uma vistoria minuciosa. Ele acredita que possa ter ocorrido uma dilatação pela variação de temperatura:
– Não tem o risco de ruir. Vamos fazer um laudo em conjunto com a Defesa Civil para traçar os procedimentos. Mas já deu para notar alguns problemas que deverão ser corrigidos.
O coordenador da Defesa Civil de Palhoça, Nelson Paiva Júnior, lembrou que a Caixa Econômica é responsável pelos reparos no prédio:
– A hospedagem dos moradores é de responsabilidade da Caixa.
20 de maio - Apreensão na volta para casa em Palhoça
O encanador Júlio Cesar Schmitt, 38 anos, representante dos moradores, disse que na manhã de hoje, haverá uma reunião para decidir sobre uma possível ação judicial contra a Caixa Econômica Federal, que financiou os apartamentos:
– Serão realizadas obras para recuperar o que foi danificado, mas os valores poderão ser cobrados nas taxas de condomínio, o que não é justo.
O banco alegou, em nota, não ter recebido o laudo. Depois das 19h, a reportagem não teve resposta quanto ao resultado do documento. A assessoria destacou que o seguro só cobre casos de intempéries (variações climáticas) e que é responsabilidade de cada morador manter o apartamento em bom estado de conservação.
Durante a elaboração do laudo, o engenheiro Ronaldo Coutinho de Azevedo, contratado pela empresa Sanford para fazer a perícia, concluiu que a estrutura não tem problema.
– O mais provável é uma dilatação térmica – explicou.
Haline da Silva, 21, e César Rodrigues, 28, garantiram que o sono não será tranquilo por um bom tempo.
– Vamos fazer revezamento: enquanto um dorme, o outro cuida as rachaduras – afirmou.
Fonte: Terra e Diário Catarinense